quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Um professor apaixonado!


“A busca do conhecimento é a única coisa que ninguém tira da sua vida". É com esta premissa que o professor Marcelo Cleres de Souza  desenvolve a formação nas áreas de matemática, química , física e informática na Escola Novo Ângulo Novo Esquema - NANE - que atende alunos de inclusão do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, em São Paulo.

 Com os alunos do 7o ano, Marcelo conduz as aulas de Roda, momento onde professor e alunos discutem temas da atualidade e de interesse, com debates e desenvolvimento de pesquisas.Com os 8o e 9o anos, ministra as oficinas de matemática. E com o ensino médio, as disciplinas de física e química. Há 10 anos trabalhando com alunos de inclusão na NANE, o professor foi aprendendo na prática, e nos encontros de formação que a escola oferece, como garantir que estes alunos se desenvolvam academicamente e tenham a inserção no mercado de trabalho como fato real.

 A maior dificuldade que enfrenta em seu percurso de educador é encontrar e agregar material para o desenvolvimento de aulas onde todos aprendam. "Para trabalhar com a inclusão, o professor tem que se inteirar sobre os interesses dos alunos. Tem que estar presente, e dar espaço para eles conversarem", diz. Marcelo conta que nas aulas de informática, fica atento às conversas e dúvidas que os alunos apontam entre eles, e a partir daquele momento, apresenta ferramenta, estratégia e conhecimento que incorporam a um repertório já pré-estabelecido.

"A tecnologia é excelente instrumento para a diversão, mas é muito melhor como ferramenta de trabalho", diz o professor. Com toda a familiaridade no universo tecnológico, e apaixonado pela arte de ensinar (e ter a certeza de que seus alunos estão aprendendo), Marcelo não mede esforços para encontrar no mundo tecnológico as ferramentas adequadas para suprir cada uma das singularidades dos alunos de inclusão.

 "Tenho um aluno com uma dificuldade enorme de leitura, mas com uma memória visual e facilidade com os números que impressiona. É de uma inteligência ímpar, mas a dificuldade de leitura é um entrave em sua vida. Na escola, era necessário alguém que lesse para ele. Depois de pesquisar e testar muitas ferramentas encontrei o software Falador <http://www.falador.com/webfalador/home/index.htm>, criado para deficientes visuais. Ele se adaptou muito bem, e eu fiquei extremamente feliz por aliviar o desconforto deste aluno", conta o professor.

 Com os alunos do Ensino Médio, Marcelo não da mole. Ele avalia cada aluno, e se os mesmos desejarem concorrer a vagas nas universidades, não mede esforços e incentiva-os a prestarem também o Enem. “Mas se o aluno tem dificuldade severa, procuro mostrar as possibilidades de inclusão no mercado de trabalho. Os professores da NANE exploram diversos materiais para facilitar o desenvolvimento dos alunos, mas sem deixar de apresentar os conteúdos correspondentes a cada etapa.", diz.

"Em 2011 tivemos duas aprovações em universidades de "ponta", sem cursinho. Outros dois alunos foram encaminhados ao mercado de trabalho, e os demais prestaram Enem", conta. O professor é perseverante, e passa isso a seus alunos na forma que conduz suas aulas.

"Ninguém chega e fala que vai correr 10 Km em um dia. Você tem que condicionar seu corpo para corrida, como seu tempo para o estudo. Todos os dias, no período da tarde, desenvolvo orientação de estudos com os alunos que sentem a necessidade, ou quando são indicados pela escola. Ensino-os a olhar para todo material, checar quais são as lições e separá-las por prioridades. A partir daí, traçar as metas e mãos à obra", finaliza.

Cecília Galvão - CGC Comunicação em Educação